sábado, 27 de novembro de 2010

Lista de Blogs

Blogs relacionados à educação:

Boteco Escola - Mais um blog de Jarbas Novelino. Um novo espaço bem descontraído que reúne estudantes, educadores e interessados em discutir sobre Tecnologias e Educação. A ideia do nome do blog é bem interessante e está atraindo muita gente bacana neste espaço.

Web para educadores - Blog de José Erigleidson, com muitas novidades, notícias e dicas sobre Educação e Tecnologia.

Discurso Citado - Blog de Lilian Starobinas com reflexões e ótimas referências na área de Educação, Tecnologia e EAD.

Café Educacional - O Blog da jornalista Vivian Ragazzi (Revista Viração e Microsoft Educação) traz discussões, projetos interessantes e reflexões sobre Educação. Propõe a troca de experiências em um clima agradável, como ocorre em um café.

EducomVerde - Este é o blog da Débora Menezes (jornalista da revista Nova Escola e do Portal Klick Educação). Este espaço tem como objetivo discutir e socializar experiências na área de Comunicação e Educação Ambiental.

Tecnologia e Criança - Blog sobre novas tecnologias e o seu impacto. Apresenta reflexões e dicas sobre o trabalho com TIC na educação. Mantido por Cristiana Mattos.

Ideários - este blog traz excelentes novidades, reflexões e ideias sobre educação a distância, design instrucional, objetos de aprendizagem e tecnologia na educação de modo geral. É mantido pela educadora e instrutional designer Karla Lopez.

Texto, comunicação e educação - Blog de Maria Salete Prado Soares, com diversas notícias e reflexões sobre educação, comunicação e tecnologia.

RIZOMAS - Educação e Cultura

Site pedagógico. Contém filmes, projetos pedagógicos, imagens, artigos... vale a pena!

http://rizomas.net/

Paulo Freire


Biografia e contribuições para a educação

Paulo Freire nasceu em 19 de setembro de 1921, em Recife. Sua família fazia parte da classe média, mas Freire vivenciou a pobreza e a fome na infância durante a depressão de 1929, uma experiência que o levaria a se preocupar com os mais pobres e o ajudaria a construir seu revolucionário método de alfabetização. Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na África.
O educador procurou fazer uma síntese de algumas correntes do pensamento filosófico de sua época, como o existencialismo cristão, a fenomenologia, a dialética hegeliana e o materialismo histórico. Essa visão foi aliada ao talento como escritor que o ajudou a conquistar um amplo público de pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos, quase sempre ligados a partidos de esquerda. Seu projeto educacional estava vinculado ao nacionalismo desenvolvimentista do governo João Goulart.
Embora tenha se formado em Direito, logo descobriu sua vocação de Educador. Porém, não um educador formal, profissional, mas um educador para a liberdade.
Sua primeira experiência foi no SESI – Serviço Social da Indústria, onde trabalhou com famílias operárias nos “Círculos de Pais e Professores” e experimentou o que ele mesmo chamou de “uma educação social”. No SESI esteve por 10 anos, de 1947 à 1957. Esta foi a base concreta sobre a qual Paulo Freire elaborou sua tese de docência para a cadeira de História e Filosofia da Educação, na Escola de Belas Artes, de Pernanbuco, defendida em 1959. Este trabalho só seria publicado, muito mais tarde, em 2001, quatro anos após sua morte, que ocorreu em 1997, e se chamou: “Educação e Atualidade Brasileira”. Foi seu primeiro trabalho de fôlego, com reflexões que seriam aprofundadas em suas obras posteriores, entre elas: “Educação como prática da liberdade”, “Ação Cultural para a liberdade” e “Pedagogia do oprimido”.
O período mais fértil da experiência e reflexão de Paulo Freire se deu nos últimos anos da década de 50 e início dos anos 60, em que organizou o “Serviço de Extensão Cultural” da Universidade Federal de Pernambuco e participou ativamente do Movimento de Cultura Popular. Foi quando, junto com sua esposa Elza, que também era educadora, e uma equipe de colaboradores, desenvolveu um método de alfabetização que permitia o aprendizado da leitura e da escrita em 45 dias. Este não era um método abstrato de aprendizagem, mas um jeito concreto de ensinar e aprender as palavras e o mundo. Uma proposta pedagógica que promovia alfabetização política, o que significa muito mais do que se apropriar dos códigos da leitura e da escrita. Uma pedagogia que integra prática e teoria, e desperta ambos os sujeitos do processo educativo – educando e educador; dirigente e dirigido; liderança e base – para a luta de transformação da realidade. Portanto, esta educação é um ato político que reeduca todos os sujeitos envolvidos. É mais do que transmissão de conteúdos. Envolve postura e atitude diante do mundo e do outro, que é diferente de mim. Não é a teoria ou os conceitos abstratos que educam, mas a prática concreta que, sendo pensada à luz da teoria, transforma a realidade.
A pedagogia freireana é uma pedagogia radical, que propõe subverter a ordem social vigente em todos os seus níveis: pessoal, micro e macroestrutural. Neste sentido, ela serve para qualquer lugar do mundo, onde existam oprimidos e opressores. O passo a ser dado, na perspectiva freireana, pressupõe riscos, porque o novo não está dado, precisa ser construído, do projeto à execução.
É difícil delimitar na obra de Paulo Freire, categorias teóricas puras. Mas podemos destacar alguns valores e princípios pedagógicos. O principal deles é a “dialogicidade”, porque para Freire, o diálogo é a matriz da democracia. O segundo é o trabalho coletivo e o respeito ao conhecimento: “ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho; as pessoas se educam entre si, mediatizadas pelo mundo”. E ainda, podemos acrescentar: a ética, a tolerância, a política, a esperança, a indignação e a autonomia. Todos esses princípios constituem “tijolos” na construção do protagonismo e da emancipação popular e não podem ser pensados isoladamente, mas de forma integrada, totalizante. Esses princípios nos permitem olhar a vida e as potencialidades humanas em todas as suas dimensões.
No mundo de hoje, onde a mídia tomou conta do imaginário popular, vendendo um modo de vida que só beneficia o mercado, em que a ideologia do consumo e o individualismo competitivo tornaram-se objetivos de vida e o limite do sonho constitui-se naquilo que o dinheiro pode comprar, a pedagogia de Paulo Freire é de uma atualidade impressionante. Faz-se urgente, mais do que nunca na história humana, um processo de desvelamento da realidade, de desideologização do senso comum e da prática cotidiana.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Oração da Escola

Escravo Pedagogo


Estatueta produzida na Grécia Antiga em terracota, representando o escravo pedagogo.

Pedagogia - Origem/Objeto de Estudo

A Pedagogia é a ciência ou disciplina cujo objetivo é a reflexão, ordenação, a sistematização e a crítica do processo educativo.


A palavra Pedagogia tem origem na Grécia antiga, paidós (criança) e agogé (condução). No decurso da história do Ocidente, a Pedagogia firmou-se como correlato da educação. Entretanto, a prática educativa é um fato social, cuja origem está ligada à da própria humanidade. A compreensão do fenômeno educativo e sua intervenção intencional fez surgir um saber específico que modernamente associa-se ao termo pedagogia. Assim, a indissociabilidade entre a prática educativa e a sua teorização elevou o saber pedagógico ao nível científico. Com este caráter, o pedagogo passa a ser, de fato e de direito, investido de uma função reflexiva, investigativa e, portanto, científica do processo educativo. Autoridade que não pode ser delegada a outro profissional, pois o seu campo de estudos possui uma identidade e uma problemática próprias. A história levou séculos para conferir o status de cientificidade à atividade dos pedagogos apesar de a problemática pedagógica estar presente em todas as etapas históricas a partir da Antiguidade. O termo pedagogo, como é patente, surgiu na Grécia Clássica, da palavra παιδαγωγός cujo significado etimológico é preceptor, mestre, guia, aquele que conduz; era o escravo que conduzia os meninos até o paedagogium . No entanto, o termo pedagogia, designante de um fazer escravo na Hélade, somente generalizou-se na acepção de elaboração consciente do processo educativo a partir do século XVIII, na Europa Ocidental.
Atualmente, denomina-se pedagogo o profissional cuja formação é a Pedagogia, que no Brasil é uma graduação e que, por parte do MEC - Ministério da Educação e Cultura, é um curso que cuida dos assuntos relacionados à Educação por excelência, portanto se trata de uma Licenciatura, cuja grade horário-curricular atual estipulada pelo MEC confere ao pedagogo, de uma só vez, as habilitações em educação infantil, ensino fundamental, educação de jovens e adultos, coordenação educacional, gestão escolar, orientação pedagógica, pedagogia social e supervisão educacional, sendo que o pedagogo também pode, em falta de professores, lecionar as disciplinas que fazem parte do Ensino Fundamental e Médio, além se dedicar à área técnica e científica da Educação, como por exemplo, prestar assessoria educacional. Devido a sua abrangência, a Pedagogia engloba diversas disciplinas, que podem ser reunidas em três grupos básicos: disciplinas filosóficas, disciplinas científicas e disciplinas técnico-pedagógicas.
O pedagogo não possui quanto ao seu objeto de estudo um conteúdo intrinsecamente próprio, mas um domínio próprio (a educação), e um enfoque próprio (o educacional), que lhe assegurara seu caráter científico. Como todo cientista da área sócio-humana, o pedagogo se apóia na reflexão e na prática para conhecer o seu objeto de estudo e produzir algo novo na sistemática mesma da Pedagogia. Tem ele como intuito primordial o refletir acerca dos fins últimos do fenômeno educativo e fazer a análise objetiva das condições existenciais e funcionais desse mesmo fenômeno. Apesar de o campo educativo ser lato em sua abrangência, estritamente são as práticas escolares que constituem seu enfoque principal no seu olhar epistêmico. O objeto de estudo do pedagogo compreende os processos formativos que atuam por meio da comunicação e intercâmbio da experiência humana acumulada. Estuda a educação como prática humana e social naquilo que modifica os indivíduos e os grupos em seus estados físicos, mentais, espirituais e culturais. Portanto, o pedagogo estuda o processo de transmissão do conteúdo da mediação cultural que se torna o patrimônio da humanidade e a realização nos sujeitos da humanização plena. No plano das ideias, o grego Platão (427-347 a.C.) foi de fato o primeiro pedagogo, não só por ter concebido um sistema educacional para o seu tempo mas, principalmente, por tê-lo integrado a uma dimensão ética e política. Para ele, o objeto da educação era a formação do homem moral, vivendo em um Estado justo.